Defesa pessoal se limita a torções e chutes, ou haverá algo mais?
(atentando à entrevista do Prof° Walter Correia)
Como vimos, Hapkido é fortemente associado à noção de "defesa pessoal". Ainda mais, não é raro falarmos de defesa pessoal como sinônimo para um conjunto de técnicas, com torções e golpes contundentes.
A fim de temperar tanto discussão quanto pensamento, por que não acrescer uma boa pergunta: será que esses golpes e técnicas resumem tudo? É possível que essas habilidades motoras respondam satisfatoriamente a toda e qualquer demanda no tocante ao defender-se? Ou, quem sabe, resta-nos espaço para mais considerações...?
A fim de temperar tanto discussão quanto pensamento, por que não acrescer uma boa pergunta: será que esses golpes e técnicas resumem tudo? É possível que essas habilidades motoras respondam satisfatoriamente a toda e qualquer demanda no tocante ao defender-se? Ou, quem sabe, resta-nos espaço para mais considerações...?
Em nossa arte marcial, por exemplo, utilizamos o termo hosin sul (hanja: 護身術; hangeul: 호신술). Termo a termo,「護身術」significa "Método de Proteção da Vida". Trata-se de uma designação audaciosa. Podemos então pensar: quais competências, recursos técnicos e estratégicos, compreensões, procedimentos e atitudes podem nos auxiliar nessa tão ampla empreitada?
Entrevista
Deixo o convite a uma reflexão, valendo-nos da excelente entrevista feita pelo prof° Dr. Walter Correia, da Escola de Educação Física da Universidade de São Paulo. Este, contudo, é apenas o primeiro passo de uma longa caminhada: lembro que ainda teremos muito para ver, conversar e praticar a fim de desenvolver uma ampla compreensão de hosin sul, ou "defesa da vida".
Preparem-se então, o aquecimento já começou:
Para Refletir Mais:
Como podemos pensar em um modelo de "defesa pessoal" para as circunstâncias do dia-a-dia....
- De modo geral: as demandas da sociedade moderna, das quais fala o prof° Walter, comumente envolvem relações complexas no ambiente de trabalho, nas instituições, no trânsito, nos espaços públicos e compartilhados, bem como na família. Quais seriam os possíveis riscos, prejuízos e agressões contra os quais nos proteger nesses contextos?
- Atentando ao exterior: por vezes, é mais comum nos depararmos com agressões de ordem sutil do que evidente. Estas podem se manifestar como calúnia, boicote, embuste, represália, bullying ou manipulação - já sejam a nível individual ou institucional. Agressões verbais e confrontos subsequentes também são comuns, gerando muitas complicações. É possível cultivar uma proposta de defesa pessoal a partir desse âmbito?
- Atentando ao interior: outras vezes, constatamos que boa parcela (senão a maior parte) de nossos problemas, frustrações e confrontos emergem de tendências negativas e descontroladas em nosso interior. Desatenção, displicência, raiva, cobiça, ignorância, inveja, excesso de orgulho, baixo auto-estima, percepções parciais... Todos contribuem para que nos acidentemos gratuitamente. Há também como pensar estratégias de defesa pessoal partindo desses agressores internos, sutis e pouco percebidos?